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Estilos Neoclássicos

A Revolução Francesa foi um divisor de águas para boa parte da história social e política da Europa. Da mesma forma, a moda mudou radicalmente no fim do século XVIII. A formalidade do passado foi rejeitada, com seus espartilhos, tecidos pesados, cores fortes e os adornos excessivos do Rococó. Em seu lugar, as tendências usadas na França, que ainda liderava a Europa, refletiam a esperança de que houvesse nascido uma nova era baseada no exemplo de democracia da Grécia antiga. Inspirada nesse ideal, a estética difundida na Europa neste período ficou conhecida como neoclássica. Os antecedentes da nova moda, porém, eram mais do que franceses. Uma influência chave foi o movimento artístico romântico, fundamentado no mundo sentimental e pastoral do artista francês Jean-Honoré Fragornard e do filósofo Jean-Jacques Rosseau.

A moda neoclássica de 1780 a 1820 é mais associada ao vestido chemisier. Vestidos retos de musselina ou algodão branco surgiram na França nos anos 1780, popularizados pelos círculos da rainha, em Versalhes. Foi rápida ascenção dess traje simples e confortável: sem as pesadas barbatanas e sem suportes para o busto, ele liberava a forma feminina e exibia apenas um decote redondo e muito alvo. O vestido chemisier, porém, era considerado inadequado para eventos formais na corte.

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Retrato de Madame Recamier, por Jacques-Louis David (1800). A imagem retrata a modelo usando um vestido chemisier branco, com os cabelos penteados de forma a remeter à antiga Grécia.

Depois da Revolução, o chemise passou a dominar a moda. O vestido-império popularizou a musselina de algodão muito fina tecida na Índia e importada para a França via Inglaterra. O vestido chemisier podia ter decote cruzado ou redondo, mas tinha sempre a cintura alta. Fitas ou galões bordados com motivos gregos geométricos eram amarrados sob o busto. Trajes de noite tinham mangas curtas e eram usados com luvas brancas compridas (como na imagem abaixo), enquanto os diurnos eram confeccionados com mangas compridas, mais práticas, e tecidos mais pesados. Xales de caxemira indiana e casacos tipo bolero, com alamares de inspiração militar, também eram usados no frio.

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Típico vestido francês de noite. Reto, de cintura alta, é confeccionado com várias camadas de musselina e forrado com linho. O novo vestir é acompanhado de um penteado mais suave e relaxado. A renda forma um desenho naturalista, remetendo a voga pastoral. Os acessórios são repletos de significado: as luvas garantem, além da limpeza, que a mulher não tenha nenhum contato com seu parceiro de dança.

Anteriormente, os vestidos ocultavam os bolsos nas dobras, algo que o vestido-império não permitia. Assim, começaram a surgir pequenas bolsas de tecido e fecho de cordão, conhecidas como retículas (abaixo).

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Pequena retícula, com fecho em cordão, precursora da bolsa de mão. Muitos modelos refletiam o interesse por motivos exóticos.

O Dândi Inglês

Apresentando um novo paradigma para a masculinidade da elite baseado na busca da perfeição da forma vista nas estátuas gregas, o arquetípico dândi do período da Regência (1811-1820) abandona os babados dos anos anteriores para louvar as virtudes de um corpo torneado pela alfaiataria.

O casaco de abotoamento duplo em lã é moldado nos ombros e cortado alto na cintura para realçar não apenas o tronco, mas também as pernas envoltas em pantalonas lisas e justas. Misto de calção e calça comprida, essa peça constitui o ponto focal do traje. A costura alta no gancho é sustentada por correias na cintura e por um estribo de tecido sob o pé, definindo a forquilha do corpo. O lenço de linho branco engomado no pescoço (a goma protegia o linho da sujeira, além de deixá-lo rígido) é envolto pela gola alta do casaco. Com pelo menos 30 centímetros de largura, tinha de ser arrumado com a quantidade correta de dobras para caber no pescoço. Decorado com botões, o casaco é deixado aberto no alto para exibir os babados da camisa, e tem um corte reto de um lado a outro do corpo, para expôr o colete de mesmo corte usado por baixo. O lenço combinado a um colarinho de camisa bem alto favorecia uma postura ereta, dando ao dândi uma postura militar e um certo ar de arrogância.

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Retrato de Beau Brummell, por Robert Dighton (1805), mostrando o cabelo mais curto, sem pó, cacheados e caídos em direção ao rosto à moda das estátuas clássicas.

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Filmes com Temática Neoclássica

Amor e Inocência (2007)

1795. Jane Austen (Anne Hathaway) tem 20 anos e começa a se destacar como uma escritora. Enquanto ela está mais interessada em desvendar o mundo, seus pais querem que ela logo se case com um homem rico, que possa assegurar seu status perante a sociedade. O principal candidato é o sr. Wisley (Laurence Fox), neto da aristocrata Lady Gresham (Maggie Smith), mas Jane se interessa é pelo malandro Tom Lefroy (James McAvoy), cuja inteligência e arrogância a provocam.

Razão e Sensibilidade (1995)

Em virtude da morte do marido, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras, pois praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento, que ignora a promessa feita no leito de morte de seu pai que ampararia as meias-irmãs. Neste contexto, enquanto uma irmã prática (Emma Thompson), usando a razão como principal forma de conduzir as situações, a outra (Kate Winslet) se mostra emotiva, sem se reprimir nunca com uma sensibilidade flor da pele.

Minha Amada Imortal (1994)

Viena, 1827. Ludwig Von Beethoven (Gary Oldman) morre e um grande amigo do compositor, Anton Felix Schindler (Jeroen Krabbé), decide cumprir o último desejo do maestro, que deixava em testamento tudo para a “Amada Imortal”, sem especificar o nome desta mulher. Assim empreende uma jornada tentando encontrá-la, encontrando em sua procura um retrato desconhecido de Beethoven.

Emma (1996)

A jovem e agradável Emma Woodhouse (Gwyneth Paltrow) adora cuidar dos problemas de outras pessoas. Ela se dedica incessantemente a unir homens e mulheres que na teoria tem tudo para dar errado. Apesar de lidar corriqueiramente com o romance, Emma é confusa em relação aos seus sentimentos, sobretudo os que envolvem o Sr. Knightley (Jeremy Northam).

Orgulho e Preconceito (2005)

Inglaterra, 1797. As cinco irmãs Bennet - Elizabeth (Keira Knightley), Jane (Rosamund Pike), Lydia (Jena Malone), Mary (Talulah Riley) e Kitty (Carey Mulligan) - foram criadas por uma mãe (Brenda Blethyn) que tinha fixação em lhes encontrar maridos que garantissem seu futuro. Porém Elizabeth deseja ter uma vida mais ampla do que apenas se dedicar ao marido, sendo apoiada pelo pai (Donald Sutherland). Quando o sr. Bingley (Simon Woods), um solteiro rico, passa a morar em uma mansão vizinha, as irmãs logo ficam agitadas. Jane logo parece que conquistará o coração do novo vizinho, enquanto que Elizabeth conhece o bonito e esnobe sr. Darcy (Matthew Macfadyen). Os encontros entre Elizabeth e Darcy passam a ser cada vez mais constantes, apesar deles sempre discutirem.

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O Neoclássico no Cenário Atual

Jenny Packham

Noivas

Primavera 2015

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