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A Indumentária Renascentista

Ressurgimento da estética do mundo clássico greco-romano, o Renascimento foi um movimento cultural surgido em Florença, na Baixa Idade Média.

Compreendeu o florescimento da literatura, ciência, arte, religião e política, com o desenvolvimento concomitante de uma moda mais formal e rígida. Uma silhueta cada vez mais estruturada, que ocultava os contornos do corpo passou a definir a posição social de quem a exibia.

Durante esse período, a principal peça masculina era o gibão, um casaco justo e abotoado feito de veludo, cetim ou tecido de ouro. As mangas ficaram mais largas, muitas vezes com fendas, e eram cortadas nas dobras dos cotovelos para facilitar os movimentos. Por cima do gibão usava-se uma jaqueta curta e sem mangas. A camada seguinte era a beca, que caía solta em várias dobras, dos ombros até o chão.

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Neste quadro de 1520 pintado por Hans Holbein, o Jovem, os enfeites das roupas,

as joias e o uso abundante de tecidos identificam Henrique VIII como

uma das mais poderosas figuras da Europa renascentista

O gibão era usado aberto para exibir o alçapão, que evoluíra de um simples pedaço de pano triangular para uma bolsa moldada e almofadada que exagerava os genitais em uma declaração de virilidade. Batizado de codpiece em inglês, o alçapão aumentou de tamanho até meados do século XVI e era muitas vezes embelezado com joias e bordados. Foi diminuindo aos poucos até o final do século, até desaparecer e serem substituídos por calções bufantes.

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Retrato de um rapaz com seu cachorro, por Paolo Veronese (1570).

O uso de calções bufantes substituíram o alçapão e o modelo mais popular era o tímpano espanhol, almofadado até o meio da coxa

O uso de determinadas cores e tecidos distinguia o traje da corte do da classe mercantil. Representados com ricas texturas, a flora e a fauna eram elementos visíveis nas peças. Mulheres bem-nascidas bordavam com o fio preto, muito usado sobre linho branco para reforçar o tecido. O bordado com fio branco era utilizado em roupas de baixo e babados. Bordados complexos eram o terreno do bordador profissional e podiam conter pérolas, esmeraldas e rubis, fios de ouro e prata.

Tanto os corpetes masculinos como os femininos tinham um recorte quadrado no pescoço pelo qual podia se ver o alto da camisa. Os decotes cavados dos vestidos femininos eram também preenchidos por um partlet e conferia um aspecto fechado no pescoço.

A rigidez da forma era evidente na indumentária feminina. A peça principal era o kirtle, originalmente um vestido longo inteiriço que, a partir de 1545, passou a consistir em saia e parte de cima, do mesmo feitio que se amoldava ao corpo.

O farthingale era uma armação circular e começou a se disseminar na Inglaterra em 1501 durante o reinado da princesa Catarina de Aragão. A peça consiste em uma saia interna distendida por arcos de arame, madeira ou caules de salgueiro torcidos - materiais que mais tarde foram substituídos por barbatana de baleia. O farthingale foi o primeiro aparato usado para ampliar a largura da saia feminina, antes da saia armada e da crinolina. Suas primeiras imagens mostram arcos na superfície externa das saias, mas depois passaram a ser usados por dentro, dando forma à saia externa.

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Jean Van Eyck, João Arnolfini e sua mulher, National Galery

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Pisanello, Desenhos de Trajes da corte, início do século XV, Musée Condé

Outra peça marcante da indumentária da época é o rufo, uma evolução de um pequeno babado. Inicialmente um jeito prático de proteger o decote de um gibão ou corpete da sujeira e da oleosidade, o rufo acabou se tornando uma peça avulsa cujo formato e tamanho se expandiram até a década de 1590, quando passou a ser uma gola rígida que rodeava a cabeça e podia chegar à largura dos ombros.

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Isabel de França, por Rodrigo de Villandrando (1620). A rainha Isabel em traje da corte espanhola, onde a formalidade contida e o luxo decoroso eram regra. A ostentação é visível nos ornamentos de ouro e pedras preciosas e bordas debruadas de renda do rufo em camadas,

arrumadas em dobras em formato de oito.

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Releitura da Indumentária Renascentista

Como exercício promovido aula, cada grupo de alunos recriou uma indumentária renascentista.

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Filmes com Temática Renascentista

Moça com Brinco de Pérola (2003)

Em pleno século XVII vive Griet (Scarlett Johansson), uma jovem camponesa holandesa. Devido a dificuldades financeiras, Griet é obrigada a trabalhar na casa de Johannes Vermeer (Colin Firth), um renomado pintor de sua época. Aos poucos Johannes começa a prestar atenção na jovem de apenas 17 anos, fazendo dela sua musa inspiradora para um de seus mais famosos trabalhos: a tela “Girl with a Pearl Earring”

Shakespeare Apaixonado (1998)

O jovem astro do teatro londrino William Shakespeare (Joseph Fiennes) sofre de bloqueio criativo e não consegue escrever sua peça. Um dia, ele conhece Viola De Lesseps (Gwyneth Paltrow), uma jovem que sonha em atuar, algo proibitivo no final do século XVI. Para burlar o preconceito e ter sua chance, Viola se disfarça de homem e começa a ensaiar o texto de Will, que começou a fluir e passou a dar vazão ao amor entre os dois. O que eles não contavam era com o casamento arranjado pela família entre Viola e Lorde Wessex (Colin Firth).

Agonia e Êxtase (1965)

Preocupado com o legado que deixaria para as gerações futuras, o Papa Júlio II (Rex Harrison) resolve contratar o Michelangelo (Charlton Heston) para pintar o teto da Capela Sistina. O artista se nega, mas logo é forçado pelo pontífice a fazê-lo. A partir daí, começam as disputas entre Michelangelo e papa à respeito do projeto.

Lutero (2003)

Após quase ser atingido por um raio, Martim Lutero (Joseph Fiennes) acredita ter recebido um chamado. Ele se junta ao monastério, mas logo fica atormentado com as práticas adotadas pela Igreja Católica na época. Após pregar em uma igreja suas 95 teses, Lutero passa a ser perseguido. Pressionado para que se redima publicamente, Lutero se recusa a negar suas teses e desafia a Igreja Católica a provar que elas estejam erradas e contradigam o que prega a Bíblia. Excomungado, Lutero foge e inicia sua batalha para mostrar que seus ideais estão corretos e que eles permitem o acesso de todas as pessoas a Deus.

Para Sempre Cinderela (1999)

Uma “moderna” rapariga do século XVI, Danielle (Barrymore), alem de inteligente e desembaraçada, é bonita e generosa, mas vive forçada a trabalhar como criada de sua madrasta, Rodmilla (Huston). Mesmo em desvantagem, ela vai contra a possessiva madrasta, provocando milagres na vida de todos os que a rodeiam, e na do príncipe da coroa francesa (Dougray Scott) inclusive.

Romeu e Julieta (2013)

Versão moderna do clássico de William Shakespeare, no qual dois adolescentes de famílias rivais (Hailee Steinfeld e Douglas Booth) apaixonam-se perdidamente.

O Mercador de Veneza (2004)

Relata a história do jovem Bassânio, nobre que envolve o melhor amigo numa dívida da qual o valor da penhora é de uma fatia da carne do corpo do mesmo.

O Corcunda de Notre Dame (1997)

Idade Média, Paris. O corcunda Quasímodo (Mandy Patinkin) mora em uma das torres da catedral Notre Dame. Isolado e incompreendido pelo povo da época, ele se se esconde do mundo, vivendo como um pária. Durante um passeio pelo mundo exterior, ele se apaixona pela cigana Esmeralda (Salma Hayek ), uma jovem perseguida pelo sacerdote Dom Frollo (Richard Harris).

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O Renascimento no Cenário Atual

'Like a Painting'

Vogue Italia - Fevereiro 2005

Modelo: Lily Cole

Fotógrafo: Miles Aldridge

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